terça-feira, 29 de março de 2011

Episódio cinco

                Assustados, tentaram logo entrar no quarto mas a porta estava trancada e, os gritos vindos de lá de dentro aumentavam. “Leonor, que se passa? Abre a Porta!” perguntou Miguel ao mesmo tempo que tentava a todo o custo rodar a maçaneta da porta. Ela não respondeu, apenas continuava a gritar. Clarisse começa a entrar em pânico e suplica “Miguel por favor, faça alguma coisa”, “Afaste-se, vou arrombar a porta” respondeu Miguel convicto no que ia fazer.
                Lá dentro estava apenas Leonor deitada na cama, berrando como se fosse a única coisa que conseguia fazer. A avó grita: “Vá buscar uma toalha e água fria por favor, rápido” diz ela a Miguel enquanto pega na mão da neta dizendo que está tudo bem. “Isto é normal? Que se está a passar?” perguntou Miguel percebendo pela atitude de Clarisse que aquela situação preocupante não era a primeira vez que acontecia. As toalhas molhadas em água fria e postas sobre a testa de Leonor fizeram com que ela se acalmasse e voltasse a adormecer. “Venha, já está tudo bem, vamos deixá-la dormir.” Disse Clarisse com um ar menos preocupado.
                “Explique-me por favor, que aconteceu ali dentro?” perguntou Miguel ainda agitado. “Alucinações” disse Clarisse. “Alucinações? Acontece muita vez? É grave? Porque acontece?” pergunta Miguel preocupado querendo perceber mais do que se tinha passado. “Calma, é recente mas acontece às vezes, quando os dias são mais agitados…” explicou a avó de Leonor. “Mas…” continuou Miguel, interrompeu Clarisse: “Não me pergunte por favor, ela se quiser conta-lhe, apesar de amanhã não se lembrar de nada; agora é melhor irmos dormir, já é tarde, ela fica bem.” Miguel apenas acenou, num gesto de concordância, apesar de ter mil perguntas às quais queria resposta sabia que não podia interferir na vida privada de Leonor, com o tempo a confiança ia-se criando.
(continua)

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