segunda-feira, 28 de março de 2011

Episódio quatro

                 A conversa ia longa, já se conheciam melhor, mas o relógio não parou e ele estava atrasado para ir trabalhar: “tenho de ir”, disse ele levantando-se. “Quem me dera conseguir encontrar um trabalho” disse ela com uma voz triste. “Vais conseguir, toma, compra os jornais” disse ele enquanto lhe dava uma nota de 5 euros. Ela sorri-lhe e ele sai: “Até logo”.
                Ouve-se um barulho no quarto, onde Clarisse dormia. “Avó? Está tudo bem?” disse Leonor preocupada. A avó saiu do quarto: “Sim mas como podemos agradecer a este jovem rapaz?”, Leonor pegando-lhe na mão conta a avó que ia arranjar um emprego e dividir todas as despesas da casa. “Tu minha filha? Sabes que não te podes cansar…” diz Clarisse com extrema preocupação. “Eu sei avó, mas não podemos estar aqui sem dar nada em troca, ele é muito amável e generoso mas nem eu nem a avó queremos dar trabalho e a vida não está fácil para ninguém”. A avó concorda: “Pois, tens razão, mas tem cuidado”.
                Já tardava quando Miguel chegou a casa, o jantar estava na mesa e, desta vez ele não refilou, sabia que Leonor sentia-se melhor assim, a ser útil e limitou-se a sentar-se. “Sabes, encontrei algo interessante, liguei para lá e marquei uma entrevista para amanhã” contou Leonor a Miguel sentindo-se já mais à vontade e já com quase toda a confiança no rapaz. “Um emprego? Boa. Que vais fazer?” perguntou ele curioso. “Não sei bem, acho que tenho que atender o telefone e estar à porta numa empresa, na rua das flores”, tentou explicar ela. “Hum, talvez seja recepcionista. Parece-me bem”, disse ele ao mesmo tempo que esboçava um sorriso tímido.
                No dia seguinte, Leonor dirigiu-se à empresa e, ficou assustada ao ver aquela agitação toda, a empresa estava o caos, precisavam urgentemente de trabalhadores e por isso contrataram logo Leonor, pedindo para começar de imediato.
                Clarisse e Miguel já estavam a estranhar a demora, quando Leonor entra em casa com um ar exausto. “Então?” perguntaram ambos em coro. “Aquilo está uma confusão, contrataram-me logo.” Diz Leonor quase sem fôlego e antes que eles conseguissem dizer algo continua: “Vou dormir, estou muito cansada, desculpem, até manhã”, diz ao mesmo tempo que dá um beijo à avó e tenta sorrir para Miguel. A avó de Leonor e Miguel estão preocupados, talvez o emprego não fosse o mais indicado para ela mas tinha sido o primeiro dia, não podiam tirar conclusões precipitadas.
                Conversaram durante algum tempo mas, já se fazia tarde e levantaram-se para irem dormir; passavam em frente ao quarto de Leonor quando ouvem grandes berros, gritos que vinham do quarto da rapariga.  
(continua)

3 comentários:

  1. quero o resto fachabor xD

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  2. Eu estou a adorar a sequencia, eu venho aqui de preposito para ver se já sai a proxima :D
    Adoro!

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  3. tenho que vos deixar no suspense x)

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