segunda-feira, 18 de abril de 2011

Músicas Infantis

                 Agora mesmo dei por mim a tentar perceber a mensagem contida nas músicas infantis.
                É que enquanto os miúdos andam a cantar coisas como Foi na Loja do Mestre André ninguém se preocupa em saber quanto é que o senhor terá pago para lhe fazerem uma música a promover o estabelecimento. Pior, no meio disto tudo, ninguém me sabe tão pouco explicar onde fica a loja do mestre André! Nem quem é o mestre André!
                Eu fui ao Colombo, corri aquilo tudo de ponta a outra e não descobri a loja.
                O desatento leitor já reparou na letra da música?
                Foi na loja do mestre André que eu comprei um pifarito…
                Mas o que é isto ?
                Por andar a misturar miúdos e o pifarito é que o Michael Jackson se ia lixando.
                Para mim, mas isto sou eu, o mestre André e o capitão Iglo são a mesma pessoa. O comportamento depravado é o semelhante. O capitão Iglo também mete os putos num navio, leva-os para alto mar e diz: “Ó puto, queres ver o meu douradinho?” e também ninguém o prende!
                O problema das músicas infantis é que induzem as crianças em erro. Outro exemplo: papagaio louro de bico dourado, leva-me esta carta ao meu namorado…
                Pergunto eu, que uso boxers, desde quando é que os papagaios levam cartas? Quanto muito o papagaio pode ditar a carta, leva-la já não é com ele, é com o pombo-correio.
(…)
                Isso são coisas que me preocupam mas parece que ninguém se importa que as crianças cantem coisas como: Ai ai, minha machadinha!
                Desde quando é que a criança tem uma machadinha?
                Só se for filho índio e mesmo assim com o risco de se aleijar.
                As machadinhas não são abrangidas por essa lei que diz: “Manter fora do alcance das crianças”?
                (…)
                É como fazerem os miúdos cantar Alecrim, alecrim aos molhos fazem chorar os meus olhos! Mentira! Ou quem escreveu estava a falar de cebola ou então de drogas para fumar. O alecrim não faz chorar os olhos. Se calhar faz, mas é fumado.
                A pior letra infantil é uma que diz: Indo eu, indo eu a caminho de Viseu, encontrei o meu amor, ai Jesus que lá vou eu.
                Como é que há uma música chamada A Caminho de Viseu e nunca fala no IP5?
                Sabe por ventura o leitor do que está ela a falar quando diz isso?
                Eu explico. Indo eu, indo eu a caminho de Viseu, encontrei o meu amor, ai Jesus que lá vou eu. O que ela quer dizer é que ia na estrada e foi mandada parar pelo namorado que é brigada de trânsito da GNR. Não trazia os documentos, ai Jesus que lá vou eu pagar com o corpinho para o meio do pinhal.
                Como é que eu cheguei a esta conclusão numa música infantil? Porque mais à frente ela conta não só o que fez com o namorado GNR e que posições é que adoptou, o que eu acho no mínimo arrojado para uma música infantil. Oiçam e reparem que quer ela dizer afinal com: Ora zus truz truz, ora zás trás traz! Ora chega, chega, chega! Ora arranca lá para trás!

Com todos os merecidos direitos de autor: NILTON.

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