domingo, 25 de setembro de 2011

Secret Silence 16

                Fui a casa do António mas eles não estavam lá, fiquei tão nervosa, não sabia o que fazer, liguei ao António imensas vezes mas nada, nunca atendeu nem retribuiu a chamada. Mais tarde, ligou! Disse que estava a sair do hospital, perguntei logo o que se tinha passado pois tinha a certeza que só podia ter sido o Ricardo o culpado de ele ter ido lá parar mas o António não explicou nada… apenas disse: “Depois falamos, amo-te.” Não mandou mensagem, não ligou, não disse mais nada.


               Não era suposto haver aulas hoje mas a stora de Biologia ontem teve que faltar e pediu para compensar a aula; cheguei à escola e o António já lá estava, esperei que viesse ter comigo… ele veio, deu-me um beijo e sentou-se sem dizer uma única palavra. “Não me vais contar o que se passou?”- perguntei-lhe; “Não gosto de ser queixinhas!” – respondeu-me num tom agressivo. Não conhecia esta faceta do António, fiquei surpreendida e calei-me. A campainha tocou, levantei-me e fui para a aula; não me conseguia concentrar, não parava de pensar no que tinha acontecido lá fora mas, os meus pensamentos foram perturbados pela vibração do meu telemóvel, “Desculpa.” – era o António. Virei-me para trás e ele esboçou um sorriso; do outro lado da sala, estava o Ricardo que reagia como se nada se tivesse passado.


                Estava pronta a ir embora quando o António me agarrou pela cintura, “Desculpa sei que tens razões para estar chateada” – disse enquanto me dava um beijo carinho no pescoço. Virei-me, olhei-o e disse: “explicas-me agora?”, pegou-me na mão: “anda, vamos lanchar a minha casa".


               Em casa dele explicou o que se tinha passado, não fiquei surpreendida pois bem sabia que só podia ter sido obra do parvalhão do Ricardo. “Desculpa, isto foi tudo culpa minha :\” – disse-lhe; contrariou-me mas ele está esquisito, não quis teimar mas pelas reacções do António ele não vai deixar que isto fique assim, tenho medo… ele odeia violência mas desta vez acho que a raiva que sente não vai deixar que se controle.


              Abracei-o com toda a força e segredei-lhe ao ouvido: “Por favor, não ligues, não faças nada que te possas arrepender.” Beijou-me.


             Tenho um pressentimento que isto não vai correr bem, ainda bem que amanhã é Sábado, eles não se vêm e pode ser que os ânimos arrefeçam. Vou dormir, o avô Rui deve chegar amanhã e quero acordar bem cedo para o receber (: Boa noite.



Mafalda
1 de Maio de 2011


3 comentários:

  1. Maio 1, 2011

    Aquele Ricardo não se vai ficar a rir, hoje é sexta, aposto que ele vai até ao SkupBar, vou esperar por ele e vingar-me do que me fez. Se fizer as coisas bem, ninguém saberá e ele vai ficar em maus lençóis..

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