quinta-feira, 21 de junho de 2012

Step by Step - 2

            No outro dia fui ao “Trópicos” , como faço todas as semanas desde que começou a nova rotina, mas foi diferente, nunca lá tinha visto ninguém conhecido. Quando digo conhecido, não falo dos novos colegas da faculdade, falo de conhecido; e conhecido significa que entre as letras da palavra existam histórias conjuntas para contar, momentos partilhados, qualquer coisa que não seja um simples olá e adeus. Ele disse-me que também lá ia imensas vezes por isso muito provavelmente até já lá estivemos ao mesmo tempo mas nesse dia foi diferente, ia andando e ia sentindo a enorme saudade que tinha de estar com aqueles amigos que tinham sido amigos a sério e que agora o afastamento tinha arruinado… Se calhar foi por isso que o meu olhar desta vez foi logo na direção dele, bem estou aqui a falar dele e não digo a quem me refiro. Encontrei lá o Tomás.


                Sim o Tomás que tantas vezes te falei e fazia parte dos amigos. Ficamos a conversar durante algum tempo e combinamos beber um café ontem à noite.


                 Encontramo-nos então lá no “Trópicos” e naquelas cadeiras ficaram tantas memórias, tantas risadas que tenho vontade de lá voltar a cada segundo. Há tanto tempo que não me sentia assim, parece que em apenas algumas horas recuei anos e estava a viver tudo outra vez, acho que o Tomás sentiu o mesmo.


                   Combinamos não voltar a perder contacto.


                    Ele agora joga futebol, talvez vá ver o jogo no Domingo, com sorte ainda encontro mais gente "conhecida".


                     - LAUUUURA! – É a minha mãe, tenho de ir.


    Por: Dáni

Step by Step - 1


           Esta podia ser mais uma história fictícia, não fossemos nós personagens reais.
           
            Hoje fiz uma pausa no tempo, como quem diz, parei para pensar na vida, na minha vida e quanto ela mudou sem eu notar. Ontem era um adolescente estupido, com vontade de crescer rapidamente e ser "grande", idealizava a maioridade, fazia planos.. O que nós não sabemos nessa altura são as perdas, as consequências desses sonhos poéticos. Este sou eu, mas também és tu que estás a ler, admite, consegues identificar-te nas minhas palavras, eu sei, eu compreendo-te. (Não é maravilhoso alguém que não conhecemos sentir o mesmo que nós!) Do dia para a noite estamos de malas feitas e dizemos adeus, aos pais, aos amigos, a tudo o que tínhamos como garantido e embarcamos na aventura de ser "jovens-adultos". Para uns a adaptação à nova vida é fácil, para outros torna-se um verdadeiro teste de resistência e coragem.
             
             Estava sentado numa das mesas do "Trópicos" (café muito frequentado por estudantes) a rever alguns apontamentos de Mecânica e Ondas quando senti tocarem-me no ombro:             
              - "Por aqui?" - era a Laura, conhecemo-nos no secundário, e embora tenhamos escolhido cursos diferentes, as nossas faculdades são relativamente próximas.             
              - "Laura, tudo bem?” Gosto de estudar aqui, a esta hora é bastante calmo. E tu? Que fazes por aqui?"              
              Rapidamente palavra puxa palavra, e sei que não estudei mais nessa nessa tarde. Apesar de tudo foi agradável, ainda não a tinha encontrado desde que terminou o secundário e, devo confessar, já tinha algumas saudades de ver uma cara conhecida. Combinámos de tomar café mais logo.

               upss, estou atrasado e hoje tenho treino.

                                                                                                         Por: " Tomás "